Em defesa do PMDB

Em defesa do PMDB


O PMDB, tão malogrado, tem um papel importante na política brasileira; é o poder moderador, o fiel da balança. É também o conector entre políticas nacionais e políticas locais. Por isso não tem ideologia e está sempre no poder. O que faz do PMDB o PMDB não é a sigla ou os integrantes; é a Constituição que cria o espaço para ele. E isso é bom; é isso que torna o Brasil uma das democracias mais estáveis do mundo.

Dentro do PMDB tem de tudo, desde os mais sujos até políticos com histórico respeitável, como Pedro Simon e Jarbas Vasconcelos. É sem dúvida corrupto, mas não mais corrupto que o resto do sistema político, até mesmo porque, de tão enraizado nele, se confunde com o próprio. Mas sua corrupção, assim como de todo o sistema, deriva dos altos custos de campanha, que puseram a maleta no lugar da urna. E para onde vai esse dinheiro? Para o setor de mídia que consome mais da metade dos custos de campanha na sua produção e veiculação. Como então se acaba com a corrupção, até mesmo no PMDB? Extinguindo o horário político.

A animação abaixo mostra quem vota com quem no Congresso. Os detalhes de como ela foi gerada estão no blog Todas as Configurações. É notável que o PMDB esteja sempre com o governo. De um lado isso parece ruim, interesseiro e oportunista. Por outro lado, funciona como um fiel da balança. Se um governo ganha com boa margem, o PMDB se alinha completamente com ele. Se ganha com margem estreita, como foi a vitória da Dilma na última eleição, ele se distancia. Parece traiçoeiro, mas é isso que permite que o país não seja governado a revelia de 49% dos eleitores. As decisões ficam mais travadas, mais difíceis, mas isso é reflexo direto da divisão na sociedade. O sistema político brasileiro não funciona tão mal quanto se pinta.

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